Ela tinha muitos sonhos, ou seria tem? Muitos destes sonhos apenas brincadeiras de criança, outros talvez, para muitos, impossíveis de se realizar; mas para ela que acredita em cada um deles, não.
Ser a aluna laureada; ser egiptóloga; ler e escrever em egípcio antigo; viajar pelo Nordeste, pelo Brasil, depois mundo; falar inglês, francês, espanhol, alemão e tantas outras línguas lhe forem possíveis; ser da Comunidade de Aliança; estar junto de Deus pra sempre; consumir-se inteiramente no intuito de que todos os jovens provem do amor de Deus; viver uma vida de radicalidade sem medo; ser uma boa pastora; não mais sentir vergonha; ser amiga de muita gente, e pessoas bem diferentes; voar; ser invisível; não mais sofrer por amor; saber falar bem em público; ter uma festa de aniversário de criança, com cama elástica, piscina de bolinha, lancheirinha e tudo mais; ter um quarto enfeitado com as mais belas borboletas; andar de patins novamente; de ter um amor tranqüilo; de saber dançar, cantar, interpretar...
“Ela fazia muitos planos”, e ao fechar os olhos sei que consegue chegar a todos eles. No mundo mágico que sempre idealizou, no seu mundo. Dentro dela, da sua essência, dos mais belos sentimentos e sofrimentos. Das suas fugas, este misto de prazer e agonia, realidade e fantasia. Misto dela mesma e seu eu-lírico.
Por Amanda Conrado.
[Texto curto, simples e mais ou menos claro]