segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O diário de Maria (III) – Confidências e confissões.

Maria que por tanto tempo fica a pensar “por que”, “como”, “quando”, e não encontra as resposta das quais precisa; Deus que a faz esperar. Ela que sente muito medo, pois já sabe que José cresce cada dia mais em seu coração. Desespero. Maria não quer sentir, não quer ouvir ou até admitir. Ela já havia tomado sua decisão, amá-lo-ia mesmo em silêncio, mesmo que se arrependesse depois, e sabia que as raízes desse sentimento se faziam cada vez mais profundas. Tinha pois necessidade de conhecê-lo, de saber quem era e o que desejava. Devagar, é a resposta de José. Ela não entende, sempre foi cautelosa, calma, se via numa pressa fora de seu controle. Maria sabia que valia a pena conhecê-lo, mesmo que dissessem o contrário, ela sabia, sentia isso.

- “Faz bem, faz bem”.

Os laços com José se estreitavam e os nós cegos no coração da nossa Maria também. Aumentavam as dúvidas, o medo, o amor e a certeza de que Deus algo quer realizar através deles.
“Teu sorriso tem algo a me dizer só o amor me dirá por que, teu olhar tem algo a revelar...”

domingo, 25 de janeiro de 2009

Páira em meu pensamento e define como sou.

"Eis aqui um que não fará grande carreira no mundo, as emoções o dominam." (Machado de Assis)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um bar, uma conversa, algumas chaves.

Sento-me. Tenho na cabeça o som de nossa briga, tenho nos olhos o sal de nossas lágrimas. Olho aquelas chaves num jarro de vidro, por que estão ali? São tantas que fico a imaginar quais serão suas histórias, quantos corações partidos, quantos sonhos interrompidos. Meus olhos que não as deixam em paz e elas que não deixam minha mente. Angústia. Aproxima-se então uma velha senhora, tinha cabelos brancos e cacheados soltos ao vento, vestida num lindo longo azul cor de céu, não me era familiar, mas algo nela me chamava atenção. Ela percebeu que eu estava a viajar com todas aquelas chaves... Veio então ao meu encontro, e respondeu as minhas dúvidas.
Cada uma daquelas chaves pertenciam as pessoas que já freqüentaram aquele bar, mas que por ocasiões da vida deixavam-nas para que outros viessem resgatá-las. Algumas vezes demoravam dias, semanas, anos... outros no entanto, não vinham buscá-las e ficavam ali, a espera.
- E por que não jogá-las fora?
- Não sou eu quem descidi se estas portas serão ou não abertas. Eu não tenho esse direito. Talvez quando abertas não tenham mais as mesmas pessoas a esperar, mas tiveram a chance da escolha e da tentativa.
Lembrei-me então de quem havia deixado em casa, dos seus olhos, sorrisos. Algo naquela conversa tinha brotado em meu coração; algo havia mudado. Agradeci àquelas respostas, ao sair daquele bar, o vi do outro lado, não foi tão difícil atravessar aquela rua, tudo depende de quem estar te esperando do outro lado. Peguei minhas chaves e sorri para a velha senhora.

Por Amanda Conrado.

O diário de Maria (II) – Confidências e confissões.

(...)

De repente Maria abriu sua mente e tudo fez sentido, ela entendeu, já havia convivido com o seu José antes (diria seu? Quem sabe... o coração deseja chamá-lo assim, mas ela espera tão somente a vontade do Pai). Tantos lugares, ocasiões... mas Deus não tinha permitido que se abrissem os olhos antes. Tudo no tempo d’Ele.
Depois de um encontro com seus amigos (diga-se de passagem, uma mega e maravilhosa convivência), Maria volta para casa a fim de descansar, mas as lembranças de todos os detalhes a tocava e não faziam sua mente parar. Risos, brigas, comida, conversas, jogos. Por que esquecer tudo o que a fazia tão bem? Por que esquecer José? Era preciso, ela não queria que não passasse de um encantamento, não poderia passar disso, não queria sofrer novamente (é, queridos leitores, nossa Maria sofre constantemente de dores intensas em seu jovem coração). Dormiu. Acorda assustada e feliz, com uma certa ponta de medo em sua alma, foi a primeira vez que havia sonhado com José.

Continua (...)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O diário de Maria (I) - Confidências e confissões.

Sempre escrevi sobre amores impossíveis ou que não por minha culpa, nunca aconteciam... Destino? Talvez. Mas nesses últimos dias o desenrolar de uma certa história me chamou bastante atenção, resolvi então sentar-me e escrever, descidi pois colocar o nome da nossa protagonista de Maria (significado: senhora soberana. Nome que indica serenidade, força vital e vontade de viver), afinal esta tem um jeito calmo e uma alegria no olhar, das quais me lembram a mãe do meu Senhor.
Pois bem iniciemos.
Maria lembrava constantemente do convite feito por seus amigos a respeito de um tal lugar, diziam eles: “vamos encontrar a Deus”, afinal ela era muito religiosa e esse encontro era esperado a muito tempo. E como num passe de mágica tudo estava certo, seu encontro com o Amor estava para acontecer. Mas uma coisa estranha ocorre, “Maria conheça meu amigo José” (José, significado: o que apresenta), e algo nela parou. Sorriu, e prosseguiu. Deus tocava-a em cada gesto, cada olhar, cada oração. E por incrível que pareça ver José e conversar com ele fazia os encontros com o Pai serem mais constantes, pois o modo dele rezar inspirava em seu coração um canto novo de louvores ao Eterno. Como havia dito algo a tocou e aos pés do Deus maravilhoso e compreensivo ela se perguntava “Por quê?” “Pra que?” “O que está acontecendo?” “Isso é obra tua?” “É vontade tua?”. E num grande silêncio, o sorriso do Amor se apresentava e dizia: “Espera”. Ela não teve dúvidas, algo Deus quer fazer na vida de José e Maria, o que? Não sei ainda.

Continua (...)

Por Amanda Conrado.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Carta ao bem querer. Destino: céu.

Oi amor,
Tu me presenteastes, dentre tantas outras coisas, com o dom da escrita e sabes o quanto gosto de fazê-lo... coloco no papel meus pensamentos e sentimentos. Por que não escrever-te? Por que não falar de nosso encontro e de quando nos conhecemos?
Bem sabes minha enorme vontade de terum testemunho um tanto radical, como o de São Paulo ou ainda os dos apóstolos que nada sabiam de ti, mas ao te encontrarem deixaram tudo sem olhar para trás; pois bem não ter exemplos como estes sempre me foi frustante. Queria mais era anunciar ao mundo que o teu amor mudou totalmente a minha vida, mas como? Nosso amor cresce desde a infância, me abençoastes com uma família cristã e fervorosa em tua Igreja. Presenteaste-me ainda com uma índole, amado, de menina serena, por isso nunca bebi, usei droga, pequei contra a castidade, ou ainda contra teus mandamentos. Lembro-me dos momentos em que tu me pedistes provas concretas de meu amor e em troca dei-te as costas, crucifiquei-te. Choro de culpa ainda por ter te ferido meu amor. Choro. Mas tu, que nunca desistiu de mim, colocastes o grupo de jovens aqui da paróquia, minha primeira experiência sólida com teu amor, que aumentava a cada missa ao te ver descer do céu somente para me encontrar (tempos abençoados em que fui da liturgia). Nossos encontros. Tu que tanto beijas minh'alma e me aquece com teu coração a pulsar junto do meu. Uma só carne. Somos um. Mas eu queria mais, queria doar tudo, por que só assim seria totalmente e plenamente feliz. Então apareceram anjos que me levaram a minha casa. Shalom. Lembro-me com nostalgia o tempo do iniciantes, de quando olhei nos teus olhos pela primeira vez; ahhh aquela capela! Teus facinantes olhos me fitando com tão grande amor.
Posso sentir teus braços a me envolver amado. 09, 10 e 11 de junho de 2006 - Seminário de Vida no Espírito Santo. Meu encontro contigo, falaste-me coisas das quais jamais irei esquecer, já me chamavas a algo maior. Vocação. Sempre tivestes pressa comigo. Abba. Poder ver nos irmãos teu sorriso era minha maior alegria. Hoje me chamas a ser Kenosys, esvasiar-se, tarefa difícil amado. Batalhas constantes, sei que vês isto. Meu bem, tantos altos e baixos, eu que por tantas vezes te abandonei (Perdão! Eternamente perdão!).
Agora sei que és meu tudo, o sentido, meu melhor amigo, meu amor. Jamais irei agradecer o bastante por estar sempre comigo, palavras nunca serão suficientes para descrever nosso amor de eternidade. Aos teus pés, diante da tua presença encontrei o meu lugar, como almas esposas que se completam em sua plenitude. Dai-me a graça de jamais voltar atrás, de consumir todo o meu ser por nosso amor.
Sinto uma grande vontade de gritar ao mundo que eu encontrei um amor perfeito, prometo que mesmo na dor estarei ao teu lado, por que só tu és meu consolo e esperança. Prometo amado, jamais, nunca nada e nem ninguém irá romper o que o amor selou.

"Sou do amado meu, e meu amado é meu."

Sua Amanda.