quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crônica ao amor sem tempo.



Talvez Einstein comprove cientificamente a relatividade do tempo, ele em sua genialidade e teoremas matemáticos, coisa que os poetas e apaixonados, como ela, só sabem explicar com o coração.
Como entender quando os ponteiros do relógio insistem em contrariar a vontade desse tal coração, quando o tempo não percebe que ela precisa de muito mais, simplesmente porque o amor que ela nutre o desconhece, ou não quer se preocupar com pequenos detalhes...
Então, os minutos que, às vezes, tanto se demoram transformam-se em finas areias quando ela o olha, quando se encontram... Mas o amor dela não entende. O amor, verdadeiramente, desconhece o tempo.
Ela, ao tocá-lo, entrega a ele, sem perceber, seu tempo, apenas por sentir que vive mais com essa troca, apenas por sentir que não o perde, mas que ao doar, livremente, seu tempo, ganha o de quem se ama.
E ela, aos poucos, se reconhece nele e é capaz de reconhecê-lo entre milhares de pessoas... Pois só ela tem gravado na mente o som de quando ele sorri, a íris de seus olhos, o andar, as modulações de seu timbre, o ruído de seus passos, suas brincadeiras, sua respiração... Ela o reconheceria mesmo que tivesse passado muito tempo, o reconheceria de olhos vendados.
Finalmente, ela compreende com o coração que o amor a liberta, pois o tempo não pode dominá-la. Ela viverá o amor em sua plenitude: um amor simples e sem tempo.


Por Amanda Conrado, adaptação do texto de Reika Dantas.