sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Presente de aniversário [27.08.09]


~Eu não sou muito de colocar textos que não são de minha autoria aqui no blog, mas este me foi presenteado por alguém que me é especial demais.
Obrigada por ser quem tu és, Reika.




Encontros, olhares, constelações (À Amanda Conrado)

Bom seria se todos os nossos encontros durassem a eternidade. Um amigo me disse que o fim é sempre melhor que o começo. Discordo. Melhor mesmo seria que as coisas não tivessem fim, recomeçar todos os instantes sem precisar terminar e que o amor jamais se findasse. É contraditório... feliz é quem sabe compreender. A vida talvez não seja nada além disso: ter amor como objetivo nunca e sempre alcançado. Nunca, para que não nos contentássemos em amar como já amamos e desejássemos amar sempre mais, vivendo numa constante busca. Sempre, para sentirmos a vida pulsar em nós. Só o amor nos permite perceber o imperceptível.
Com ela, fiz laços. Duas pontas distintas que, se cruzando, tornam-se uma só. Eu não sabia que a menina combinaria o seu All Star preto com o meu de flores azuis. E caminharíamos juntas vida afora. Tantos caminhos de constelações foram pensados. A cada passo, uma estrela nova se acendia. E saíamos por aí, brincando de enfeitar o mundo com estrelas.
O que fazemos dos nossos encontros? De vidas que se cruzam sem que percebamos? Quem me dera ter a alma pueril, repleta de sonhos de amor. Poderia, então, ver com os olhos de quem descobre a cada instante. Provaria pela primeira vez o gosto da chuva, do mar, o perfume dos jasmins, a cor dos lírios do campo; veria em cada encontro uma ponta de um laço. Quantos olhares se cruzam no cotidiano sem que as vidas se cruzem também?
Mia Couto sabia disso e disse: "No arremesso certeiro, vai sempre um pouco de quem dispara”. Quantas vidas, hoje, carregam as nossas? E quantos olhares revelam os nossos? Na próxima esquina, talvez haja alguém com um pouco de ti. Lembre-se disso quando olhar alguém nos olhos.
Hoje, parte de mim, completa 19 anos. Presentear-lhe-ei com minha própria vida, com todo o amor com que me cabe amá-la. E, amo-a, hoje, porque um dia fitei-a nos olhos e sorri. Amo-a, hoje, sabendo que é nunca e sempre. Nunca, porque não basta. Sempre, porque... Sempre, porque... Creio que não preciso dizer mais nada.


Por Reika Gabrielle.

Nenhum comentário:

Postar um comentário