sexta-feira, 12 de junho de 2009

Melodia do amor. (título de Caio Rodrigo)

Decidi não mais falar sobre amor, afinal tratar somente de uma área de mim é muito monótono, mas como não falar sobre isso se eu mesma sou toda coração, em minhas veias não mais corre sangue, mas algo tão vermelho quanto, o amor.

Sempre gostei de ser a invisível, a que ninguém reparava, a amiga fiel; por vezes isso me doeu muito, mas com o tempo a gente aprende a conviver com uma dor, ainda mais quando ela se torna constante. Mas diria que um grande amor fechou as feridas abertas devido às quedas do caminho, e eu que nem mais ligava para as antigas dores, comecei a caminhar sem medo de me mostrar, de ser o alguém que estar aqui dentro.

A vida então tratou de me pregar a maior peça de todas, para outras tão simples de se lidar, para mim um calvário na estrada em que estou inserida. No teatro da vida os holofotes trataram de se voltar todos para mim, e eu que até ontem era uma atriz coadjuvante, tratei de ser a atriz principal. Como se todas as abelhas do jardim se interasassem somente pela flor do campo do cantinho da parede...

Vi-me num momento em que eu tive que magoar muitos corações, e pode ter certeza, a dor é muito maior em mim, o coração que recebe novas chagas. Dizer ‘não’, talvez não seja tão difícil, mas quando se fala mexendo com os sentimentos de alguém, esse ‘não’ tem uma cara muito mais antipática e cruel. Em alguns despertei amores tão profundos, que mesmo que eu me afaste para sempre o amor estará nos seus corações, sentimentos que nem eu e nem eles são capazes de revelar como se permitiu, sentimentos dos quais creio não merecer e nunca ser capaz de corresponder. Sentimentos que fico honrada em ser eu, vejo esta situação como a do meu amado Dom Quixote e a amada dele, a senhora Dulcinéia, um amor idealizado, um amor que nem mesmo ela tinha noção da força; como dizem por ai, um amor platônico.

Amores assim nunca saem da nossa memória, sempre lembramos ou tentamos idealizar uma lembrança do ser a quem se ama, mas chegam outros corações que fazem-nos apaixonarmos novamente e com ainda mais intensidade. Como eu sei? Ah, já passei por isso.

Outro então, que de maneira tão simples surgiu, que foi criando raízes tão profundas, e que hoje não sei mais quem sou eu sem este amor, alguém que se configurou a mim de maneira tão linda... Um alguém que não imaginaria jamais amar assim. Uma certa pele escura que me passa uma liberdade ainda nova para este coração cansado de tanto se apaixonar.

Seria uma arte fazer amar assim? Como disse um amigo meu, se assim posso dizer, amar e ser amado é o primeiro direito de todo homem. É por isso que tudo o que estar relacionado com ele é bom, mesmo as dores, mesmo as lágrimas... do amor nada se joga fora, tudo se aproveita. Sonho, pois, alto, imagino um sorriso e posso ouvir uma voz a chamar-me. Seria doce a melodia do amor?

Por Amanda Conrado.

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