quarta-feira, 8 de abril de 2009

Por que fazer História?

“O que você quer ser quando crescer?” Durante anos essa pergunta ecoava em minha mente, e meu ser angustiado buscava a resposta. Pergunta feita na infância, mas estendida até os dias mais próximos de minha juventude. Era intensa a dúvida que latejava dentro de mim. O que quero ser quando crescer... Ora! Melhor seria se me perguntassem o que, agora, quero ser. Desde cedo tive várias paixões, umas que pareciam não ter fim, ficavam comigo primaveras inteiras. Outras, eram como estrelas cadentes, vinham e iluminavam o meu olhar, me encantavam com seus brilhos, mas não passavam de apenas segundos apaixonantes, logo me apresentava outra e a mesma euforia invadia o coração numa ilusão de ter encontrado a escolha certa.

O que quero ser? Ah! Eu quero ser juíza, dentista, cantora, atriz, astronauta, jornalista, empresária, turismóloga, motorista de caminhão, músico, modelo... eu quero ser, eu quero ser... escritora de artigos históricos, professora, arqueóloga. Historiadora. Eu quero ser grande. Encontrei o amor verdadeiro, sei que é amor por que não passa. É nela que penso o dia todo, é por ela que me apaixono, por suas memórias, relatos e encantos. É por ela que enlouqueço, choro, me desespero, e torno a me apaixonar; por que é por causa dela que consigo ver o mundo com outros olhos, em seu silêncio, na sua sutil indiferença, na sua voz a ecoar dentro da minha cabeça.

Escolhi História não pelas enormes curiosidades que ela suscita dentro de mim, embora me encantem e me inebriem, ainda seja o que nela há de superficial. Eu quis mais, quis o que ela, em mim, suscitava. Eu quis sua memória, quis seu tempo, seus destroços, seus tesouros, seus escritos, civilizações, seus por quês e suas lacunas. Então amei-a. Agora a tinha por completo, a tinha toda viva dentro de mim. Decidi unir-me a ela pela vida, decidi perder-me num mundo desconhecido, que talvez jamais o compreenda por inteiro, e, assim, consumir os meus dias na busca interminável da compreensão do mundo de respostas achadas e perdidas; o meu mundo, a História.

Por Amanda Conrado.
(baseado num texto de Reika Dantas)

7 comentários:

  1. Apostaria alto no fato de que você não se decepcionará com a história se continuar a pensá-la como um poeta pensa nos seus versos. Se no início de tudo, quando muitos ainda não reconhecem o valor da nossa disciplina, você já intencionou entendê-la tão poeticamente, é porque a identificação é quase total. Não basta fazer da história apenas uma lógica racional, é preciso também senti-la, porque as essências de algumas coisas não passam totalmente pelo nível da intelecção: por vezes é preciso também sentir. Sem mais, irei apenas encerrar o comentário com uma frase de um célebre historiador, a melhor referência para essa história um tanto quanto poética que você já começou a perceber.

    "Evitemos retirar à nossa ciência o seu quinhão de poesia. Evitemos sobretudo corar por isso, coisa que já surpreendi em alguns. Pois seria uma espantosa tolice julgar que pelo fato de a história provocar um apelo tão poderoso sobre a sensibilidade dos homens, ela não fosse capaz de satisfazer também a nossa inteligência". (Marc Bloch)

    Parabéns, historiadora!

    Mariano de Azevedo.

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  2. Noss Amanda!

    Que texto lindo! Não há dúvidas... você será alguém de muito sucesso naquilo que escolheu fazer, pois o faz com amor.

    Deus continue te abençoando, amo muito você!

    Ah, te dei um selo ^^ olha no meu blog dps!

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  3. Não tenho dúvida alguma de que vc se torna-rá aquilo que diz que quer ser, pois como dizem: "torna-te responsavel por aquilo que cativas" e sem duvida alguma seras uma grande arqueloga, egiptologa... ou qualquer coisa que seja refente a tua area, po que tem algo que falta a muitos e muitos profissionais: DETERMINAÇÃO, e isto pelo pouco que te conheço sei que tem muita.
    Um beijão

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  4. Nossa que texto mais lindo.
    Depois desse texto e pela paixão que vc demonstrou pelo curso, não há como não dizer que você vai ser uma excelente profissional.
    É essa paixão que está faltando nas pessoas hoje pelas profissões.
    Faço arquitetura, mas tenho uma paixão secreta por história...hehe
    ^^

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  5. Nossa adorei seu texto!
    sucesso!
    beijos

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  6. Pretendo fazer história também e me sinto assim em relação ao curso.
    Estava meio incerto em minha decisão, mas seu texto foi muito motivador.
    Obrigado e boa sorte.
    :D

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  7. Lindo texto. Tenho 18 anos e sou loucamente apaixonado pela história. A História é a mãe das ideias, por meio dela fazemos um futuro melhor. Uma sociedade que não conhece sua história está fadada ao fracasso, condenada a cometer seus erros no presente e expandi-los no futuro. Não sei ao certo se História será minha primeira faculdade, mas tenho certeza que, em algum ponto de meu caminhar, e tornarei um historiador.

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