segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ela fazia muitos planos.

Ela tinha muitos sonhos, ou seria tem? Muitos destes sonhos apenas brincadeiras de criança, outros talvez, para muitos, impossíveis de se realizar; mas para ela que acredita em cada um deles, não.

Ser a aluna laureada; ser egiptóloga; ler e escrever em egípcio antigo; viajar pelo Nordeste, pelo Brasil, depois mundo; falar inglês, francês, espanhol, alemão e tantas outras línguas lhe forem possíveis; ser da Comunidade de Aliança; estar junto de Deus pra sempre; consumir-se inteiramente no intuito de que todos os jovens provem do amor de Deus; viver uma vida de radicalidade sem medo; ser uma boa pastora; não mais sentir vergonha; ser amiga de muita gente, e pessoas bem diferentes; voar; ser invisível; não mais sofrer por amor; saber falar bem em público; ter uma festa de aniversário de criança, com cama elástica, piscina de bolinha, lancheirinha e tudo mais; ter um quarto enfeitado com as mais belas borboletas; andar de patins novamente; de ter um amor tranqüilo; de saber dançar, cantar, interpretar...

“Ela fazia muitos planos”, e ao fechar os olhos sei que consegue chegar a todos eles. No mundo mágico que sempre idealizou, no seu mundo. Dentro dela, da sua essência, dos mais belos sentimentos e sofrimentos. Das suas fugas, este misto de prazer e agonia, realidade e fantasia. Misto dela mesma e seu eu-lírico.

Por Amanda Conrado.

[Texto curto, simples e mais ou menos claro]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nada.


Nada para constar, para justificar, para declarar. Acho que ultimamente minha cabeça tem andado meio longe demais e expor essas tantas viagens seria um tanto quanto... ahh, sei lá!
- RECONSTRUÇÃO. Afinal, vivemos num ciclo sem fim.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Presente de aniversário [27.08.09]


~Eu não sou muito de colocar textos que não são de minha autoria aqui no blog, mas este me foi presenteado por alguém que me é especial demais.
Obrigada por ser quem tu és, Reika.




Encontros, olhares, constelações (À Amanda Conrado)

Bom seria se todos os nossos encontros durassem a eternidade. Um amigo me disse que o fim é sempre melhor que o começo. Discordo. Melhor mesmo seria que as coisas não tivessem fim, recomeçar todos os instantes sem precisar terminar e que o amor jamais se findasse. É contraditório... feliz é quem sabe compreender. A vida talvez não seja nada além disso: ter amor como objetivo nunca e sempre alcançado. Nunca, para que não nos contentássemos em amar como já amamos e desejássemos amar sempre mais, vivendo numa constante busca. Sempre, para sentirmos a vida pulsar em nós. Só o amor nos permite perceber o imperceptível.
Com ela, fiz laços. Duas pontas distintas que, se cruzando, tornam-se uma só. Eu não sabia que a menina combinaria o seu All Star preto com o meu de flores azuis. E caminharíamos juntas vida afora. Tantos caminhos de constelações foram pensados. A cada passo, uma estrela nova se acendia. E saíamos por aí, brincando de enfeitar o mundo com estrelas.
O que fazemos dos nossos encontros? De vidas que se cruzam sem que percebamos? Quem me dera ter a alma pueril, repleta de sonhos de amor. Poderia, então, ver com os olhos de quem descobre a cada instante. Provaria pela primeira vez o gosto da chuva, do mar, o perfume dos jasmins, a cor dos lírios do campo; veria em cada encontro uma ponta de um laço. Quantos olhares se cruzam no cotidiano sem que as vidas se cruzem também?
Mia Couto sabia disso e disse: "No arremesso certeiro, vai sempre um pouco de quem dispara”. Quantas vidas, hoje, carregam as nossas? E quantos olhares revelam os nossos? Na próxima esquina, talvez haja alguém com um pouco de ti. Lembre-se disso quando olhar alguém nos olhos.
Hoje, parte de mim, completa 19 anos. Presentear-lhe-ei com minha própria vida, com todo o amor com que me cabe amá-la. E, amo-a, hoje, porque um dia fitei-a nos olhos e sorri. Amo-a, hoje, sabendo que é nunca e sempre. Nunca, porque não basta. Sempre, porque... Sempre, porque... Creio que não preciso dizer mais nada.


Por Reika Gabrielle.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Em construção.


Construindo fatos, memórias, conceitos, futuros. Construindo... Eu mesma.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Melodia do amor. (título de Caio Rodrigo)

Decidi não mais falar sobre amor, afinal tratar somente de uma área de mim é muito monótono, mas como não falar sobre isso se eu mesma sou toda coração, em minhas veias não mais corre sangue, mas algo tão vermelho quanto, o amor.

Sempre gostei de ser a invisível, a que ninguém reparava, a amiga fiel; por vezes isso me doeu muito, mas com o tempo a gente aprende a conviver com uma dor, ainda mais quando ela se torna constante. Mas diria que um grande amor fechou as feridas abertas devido às quedas do caminho, e eu que nem mais ligava para as antigas dores, comecei a caminhar sem medo de me mostrar, de ser o alguém que estar aqui dentro.

A vida então tratou de me pregar a maior peça de todas, para outras tão simples de se lidar, para mim um calvário na estrada em que estou inserida. No teatro da vida os holofotes trataram de se voltar todos para mim, e eu que até ontem era uma atriz coadjuvante, tratei de ser a atriz principal. Como se todas as abelhas do jardim se interasassem somente pela flor do campo do cantinho da parede...

Vi-me num momento em que eu tive que magoar muitos corações, e pode ter certeza, a dor é muito maior em mim, o coração que recebe novas chagas. Dizer ‘não’, talvez não seja tão difícil, mas quando se fala mexendo com os sentimentos de alguém, esse ‘não’ tem uma cara muito mais antipática e cruel. Em alguns despertei amores tão profundos, que mesmo que eu me afaste para sempre o amor estará nos seus corações, sentimentos que nem eu e nem eles são capazes de revelar como se permitiu, sentimentos dos quais creio não merecer e nunca ser capaz de corresponder. Sentimentos que fico honrada em ser eu, vejo esta situação como a do meu amado Dom Quixote e a amada dele, a senhora Dulcinéia, um amor idealizado, um amor que nem mesmo ela tinha noção da força; como dizem por ai, um amor platônico.

Amores assim nunca saem da nossa memória, sempre lembramos ou tentamos idealizar uma lembrança do ser a quem se ama, mas chegam outros corações que fazem-nos apaixonarmos novamente e com ainda mais intensidade. Como eu sei? Ah, já passei por isso.

Outro então, que de maneira tão simples surgiu, que foi criando raízes tão profundas, e que hoje não sei mais quem sou eu sem este amor, alguém que se configurou a mim de maneira tão linda... Um alguém que não imaginaria jamais amar assim. Uma certa pele escura que me passa uma liberdade ainda nova para este coração cansado de tanto se apaixonar.

Seria uma arte fazer amar assim? Como disse um amigo meu, se assim posso dizer, amar e ser amado é o primeiro direito de todo homem. É por isso que tudo o que estar relacionado com ele é bom, mesmo as dores, mesmo as lágrimas... do amor nada se joga fora, tudo se aproveita. Sonho, pois, alto, imagino um sorriso e posso ouvir uma voz a chamar-me. Seria doce a melodia do amor?

Por Amanda Conrado.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Por que fazer História?

“O que você quer ser quando crescer?” Durante anos essa pergunta ecoava em minha mente, e meu ser angustiado buscava a resposta. Pergunta feita na infância, mas estendida até os dias mais próximos de minha juventude. Era intensa a dúvida que latejava dentro de mim. O que quero ser quando crescer... Ora! Melhor seria se me perguntassem o que, agora, quero ser. Desde cedo tive várias paixões, umas que pareciam não ter fim, ficavam comigo primaveras inteiras. Outras, eram como estrelas cadentes, vinham e iluminavam o meu olhar, me encantavam com seus brilhos, mas não passavam de apenas segundos apaixonantes, logo me apresentava outra e a mesma euforia invadia o coração numa ilusão de ter encontrado a escolha certa.

O que quero ser? Ah! Eu quero ser juíza, dentista, cantora, atriz, astronauta, jornalista, empresária, turismóloga, motorista de caminhão, músico, modelo... eu quero ser, eu quero ser... escritora de artigos históricos, professora, arqueóloga. Historiadora. Eu quero ser grande. Encontrei o amor verdadeiro, sei que é amor por que não passa. É nela que penso o dia todo, é por ela que me apaixono, por suas memórias, relatos e encantos. É por ela que enlouqueço, choro, me desespero, e torno a me apaixonar; por que é por causa dela que consigo ver o mundo com outros olhos, em seu silêncio, na sua sutil indiferença, na sua voz a ecoar dentro da minha cabeça.

Escolhi História não pelas enormes curiosidades que ela suscita dentro de mim, embora me encantem e me inebriem, ainda seja o que nela há de superficial. Eu quis mais, quis o que ela, em mim, suscitava. Eu quis sua memória, quis seu tempo, seus destroços, seus tesouros, seus escritos, civilizações, seus por quês e suas lacunas. Então amei-a. Agora a tinha por completo, a tinha toda viva dentro de mim. Decidi unir-me a ela pela vida, decidi perder-me num mundo desconhecido, que talvez jamais o compreenda por inteiro, e, assim, consumir os meus dias na busca interminável da compreensão do mundo de respostas achadas e perdidas; o meu mundo, a História.

Por Amanda Conrado.
(baseado num texto de Reika Dantas)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ao meu (pequeno) sorriso.

“És um anjo em verso.
Atrevo-me e atravesso pra perto do peito teu.”

Moldável. Palavra estranha para alguns, mas não para mim quando penso nela. Sento-me e fico a relembrar instantes e só o que me vem ultimamente é a luz que sua presença causa na minha vida.
Fico paralisada com a capacidade que cada um tem de se ver naqueles olhos e conseguir encontrar um pedaço de si naquele coração. É impossível não amá-la.
Misto de alegria, riso, criança, abraço, doce, brincadeira e tudo mais que o coração desejar atribuir-lhe. Inteira, parte amputada de mim que não se reconstrói. Pequena, talvez apenas no nome, mas grande em sua alma, em sua essência.
Lembro-me das borboletas, paixão minha, nossa. Perdidas, livres, simples como aqueles olhos nos momentos... confesso que especificaria como momentos de jubilo, mas por que motivo restringiria nossos lapços de convivência que foram (são) tantos? Anjo pra tantos, para mim, a que me entende, a que me é sorriso. Saudade.

Por Amanda Conrado, dedicado a Vanessa Paula.

sábado, 21 de março de 2009

Ao meu outro eu.

No começo eram apenas diferenças, ele Rock’n Roll e eu MPB. Todos aqueles cabelos que escondiam alguém que para mim não estava de todo escondido, algo naquele olhar era meu. Tão cedo assim? Não sabia explicar, mas podia sentir!

A promessa foi cumprida, e pudemos ser inteiros, não somente olhos. Mas sorrisos, abraços, palavras, corações. “Eu acho que tenho certeza daquilo que me conforma. Aquilo que quero entender (...)”. Não foi preciso entender nada, o sentimento que nascia era capaz de nos fazer entender tudo. Via naqueles olhos muito mais que um amigo, mas sim, a minha própria essência. Como duas pessoas podem ser tão parecidas? Sofrerem as mesmas dores? Serem apaixonados a mesma maneira?

Criança. Doçura. Complemento. E tantos outros adjetivos e substantivos que queira o coração elencar àquele sorriso. Objeto direto de minhas viagens ao infinito particular de mim mesma, meu eu - lírico. Serás para sempre meu amore e eu serei sua amora.

[Palavras nunca serão suficientes para transpor a hemorragia de amor, carinho e amizade que meu coração dedica a você.]

Por Amanda Conrado, dedicado a Caio Rodrigo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Falando sobre o amor.

“Descobri que quase tudo o que já foi escrito sobre o amor é verdade. Shakespeare disse: ‘As viagens acabam em encontros de amantes’. Que pensamento extraordinário. Pessoalmente, não experimentei nada parecido, mas creio que Shakespeare experimentou. Acho que penso no amor mais do que deveria. Sempre me surpreende seu poder de alterar e definir nossas vidas. Foi Shakespeare quem também disse: ‘O amor é cego’. Agora eu sei que isso é verdade.
Para algumas pessoas, o amor desaparece inexplicavelmente. Para outras, o amor está simplesmente perdido. Mas é claro que o amor também pode ser encontrado. Mesmo que só por uma noite.
Há também outro tipo de amor. O do tipo mais cruel. Aquele que quase mata suas vítimas. Chama-se amor não-correspondido. E, nesse, sou especialista. Na maioria das histórias de amor, um se apaixona pelo outro. Mas e quanto ao resto? E as nossas histórias? Daqueles que se apaixonam sozinhos. Somos vítimas do amor que não é recíproco. Amaldiçoados pelos amados. Mal-amados. Feridos sem prioridade. Deficientes sem o melhor lugar no estacionamento. Eu sou uma dessas pessoas.”

(Texto retirado do filme: O amor não tira férias.)

Nesses dias pude assistir a esse filme, me deparar com esse texto e a realidade do amor tão simples. Objetividade. Encantei-me, porque retrata algumas de minhas idéias sobre esse sentimento. Retrata meu cotidiano, minhas histórias; acredito pois que se eu tivesse escrito não sairia tão perfeito como este. Mas não, talvez esses escritos me remetam apenas a minha idéia de amor mundano, que muitas vezes é assim que sou conduzida e me deixo acreditar, é sobre um amor maior, um amor completo, decidido, que venho partilhar.

Decisão. Ato de determinar, resolver. Sempre gostei dos significados das palavras, para que se fichem com maior vigor e não saiam de nossas mentes jamais. Pois bem, é de um amor decisão que venho falar-vos. Um amor que muito mais que o apaixonado, é aquele que ama sabendo o que ama e por isso é capaz de amar mais e melhor, porque ama por inteiro.
Essa espécie de amor é difícil e exige de nós grande perca de tempo. Perdemos nosso tempo a conhecer o outro em suas virtudes e defeitos, forças e fraquezas... descobrimos pois que nesse amor somos capazes de amar por completo, até porque conhecemos a pessoa em tudo, aprendemos a transpor barreiras e limites impostos pelo mundo, dizendo que só dá certo um sentimento quando os amantes são parecidos, que engano! Descobrimos a tranqüilidade de amar e saber que tudo sabemos, por isso a delícia de um sentimento assim.

Estou a falar aqui de um amor que ama por primeiro, sem se importar com a reciprocidade, é claro que ser amado também é maravilhoso. Só um sentimento assim é capaz de esperar o tempo que for na certeza da vontade de Deus. Um amor que não busca interesse, satisfação... um amor que só quer amar.

Depois de toda essa explanação vejo como estou sedenta de um amor assim, de ser amada com decisão. Estou cansada de amar sozinha, de ser a menina linda, inteligente, legal, mas que não dá pra namorar porque a amizade prevalece. É um amor desse jeito que estou a procurar, um amor decidido a amar o completo, quem sou, como sou e o que quero. Será esse, então, meu calvário aqui? Será isso que me levará para perto daquele que poderá me dar o amor verdadeiro e pleno?

Por Amanda Conrado.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O diário de Maria (IV) – Confidências e confissões.

(...)

A muito que não escrevo sobre nossa protagonista, mas para não deixá-los aflitos e ansiosos, descidi, pois dar-vos notícias caros leitores. Maria vive um momento de paz, uma tranqüilidade que só um amor no Amor pode proporcionar, depois de ter uma conversa com uma amiga viu que o que nutri pelo José não é algo fora de Deus, não pode ser.

A menina que sente cada vez mais seu coração enamorar-se por ele, que dia após dia procura conhecê-lo e entendê-lo. Descobriu nesse período que suas valorosas conversas com o objeto do seu amor (digo valorosas por que mesmo breves ou longas, sérias ou leves, já se tornaram pérolas preciosas de seu tesouro) a levam mais ao céu, e todo o seu ser, agora sem medo de admitir ou de estar errada, descidi amar José no que ele é, sente, reza e deseja ser.

Ela reza tacitamente e incessantemente para que Deus abra seus olhos aos sinais de sua vontade (a de Deus), como um dia Ele abriu pra que ela o visse, José. Maria que sonha com a mesma frase todos os dias, ao lembrar-se daquele rosto; Que bom que eu te encontrei, a tempos estava a te esperar.

Continua (...)
Por Amanda Conrado.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Resposta.

Oi Lucas,
Foi com grande alegria no coração que chegou em minhas mãos sua doce e singela carta. O Papai do céu fica feliz pela sua disposição e abertura de coração. Seu pai (o da terra) estava certo sobre tudo o que te dissera, peço que tu o escutes e obedeça, é o Papai (aqui do céu) que te pede.

Quero dizer-te também que sua mãe (a do céu) se felicitou muito ao ver que tu lembrastes dela, ela manda dizer-te que o ama com uma profundidade, que nem as gotas de água do mar e nem as areias da praia são capazes de se igualar. Ela diz ainda que mesmo nesse tempo em que tu achas que não sabe rezar, pare e sinta, Ela está ao teu lado a te ensinar.

Quero dizer-te ainda, filho amado, eu tenho muito orgulho de ti e sabe... tu me dás muitas alegrias.
Nunca duvides do amor que esse Pai (o do céu) te dedica, ele (o amor) é imenso. E mais um pedido: Olhe para o céu!

Amo-te com amor de eternidade!

Papai do céu.
[PS.: Dedicado à Thiago Luiz, por Deus.]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

“E ser feliz não é sofrer?”

Por muito tempo fiquei a refletir o que a frase acima me dizia e por que me trazia um misto de prazer e agonia. Lembrei-me então de meus últimos dias e da idéia ilusória de não arriscar, ou até mesmo me entregar, para não sofrer. Foi então que brilhantemente um amigo escreve: “E ser feliz não é sofrer?”, fazendo com que eu ficasse estática, em estado de choque, pude sentir um leve tapa em meu rosto. Não pude conter as lágrimas. Chorei; como se aquilo fosse sabido por mim, mas que imbecilmente não quis aceitar.
Foi o primeiro passo. Eu sabia que precisava de algo assim, e tinha que vir do jeito que veio. Repito, foi, apenas, o primeiro passo. Um caminhar sem medo, um abandonar-se sem razão. E então você pode me perguntar: O medo se foi? Ahh, querido leitor, o medo não se foi... talvez ele existirá pra sempre, ou até mesmo se fará extinto algum dia.
Fico a pensar como muitas coisas se fariam tão mais fáceis se nos lembrássemos dessa simples frase. Posso afirmar que ela gravou-se em meu ser como tatuagem sob a pele lisa, e seu ensinamento em meu cérebro na memória de longo prazo. “E ser feliz não é sofrer?” Por muitas vezes pensei que não, mas no fundo, tudo o que realmente vale a pena nos fere um pouco, pois requer de nós espera, sacrifício, esquecer de si... todas essas atitudes doem, mas são recompensadas. Por isso vai uma dica: seja feliz sem temor, mesmo que isso doa, a vida é assim! É dessas pequenas ‘dores’ que os seres humanos tanto precisam e buscam.

Por Amanda Conrado.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Anda por aqui.

Sina Nossa (O Teatro Mágico)

Minha senhora,
És de lua e beleza
És um pranto do avesso
És um anjo em verso
Em presença e peso
Atrevo me atravesso
Pra perto do peito teu
Teu sagrado em tua besteira
Teu cuidado em tua maneira
De descordar da dor
De descobrir abrigo
Entre tanto amor
Entretanto a dúvida
A música que casou
Com um certo surto que não veio
Há uma alma em mim,
Há uma calma que não condiz...
Com a nossa pressa!
Com o resto que nos resta
Lamentavelmente eu sou assim...
Um tanto disperso
Às vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa é...
Nossa sina é se ensinar...
A sina nossa...
Minha senhora diz:
Bons ventos para nós
Para assim sempre
Soprar sobre nós...

[Eu não costumo postar textos que não são meus, mas essa música tem feito muito em meu coração. Talvez esteja falando por mim.]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O diário de Maria (III) – Confidências e confissões.

Maria que por tanto tempo fica a pensar “por que”, “como”, “quando”, e não encontra as resposta das quais precisa; Deus que a faz esperar. Ela que sente muito medo, pois já sabe que José cresce cada dia mais em seu coração. Desespero. Maria não quer sentir, não quer ouvir ou até admitir. Ela já havia tomado sua decisão, amá-lo-ia mesmo em silêncio, mesmo que se arrependesse depois, e sabia que as raízes desse sentimento se faziam cada vez mais profundas. Tinha pois necessidade de conhecê-lo, de saber quem era e o que desejava. Devagar, é a resposta de José. Ela não entende, sempre foi cautelosa, calma, se via numa pressa fora de seu controle. Maria sabia que valia a pena conhecê-lo, mesmo que dissessem o contrário, ela sabia, sentia isso.

- “Faz bem, faz bem”.

Os laços com José se estreitavam e os nós cegos no coração da nossa Maria também. Aumentavam as dúvidas, o medo, o amor e a certeza de que Deus algo quer realizar através deles.
“Teu sorriso tem algo a me dizer só o amor me dirá por que, teu olhar tem algo a revelar...”

domingo, 25 de janeiro de 2009

Páira em meu pensamento e define como sou.

"Eis aqui um que não fará grande carreira no mundo, as emoções o dominam." (Machado de Assis)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um bar, uma conversa, algumas chaves.

Sento-me. Tenho na cabeça o som de nossa briga, tenho nos olhos o sal de nossas lágrimas. Olho aquelas chaves num jarro de vidro, por que estão ali? São tantas que fico a imaginar quais serão suas histórias, quantos corações partidos, quantos sonhos interrompidos. Meus olhos que não as deixam em paz e elas que não deixam minha mente. Angústia. Aproxima-se então uma velha senhora, tinha cabelos brancos e cacheados soltos ao vento, vestida num lindo longo azul cor de céu, não me era familiar, mas algo nela me chamava atenção. Ela percebeu que eu estava a viajar com todas aquelas chaves... Veio então ao meu encontro, e respondeu as minhas dúvidas.
Cada uma daquelas chaves pertenciam as pessoas que já freqüentaram aquele bar, mas que por ocasiões da vida deixavam-nas para que outros viessem resgatá-las. Algumas vezes demoravam dias, semanas, anos... outros no entanto, não vinham buscá-las e ficavam ali, a espera.
- E por que não jogá-las fora?
- Não sou eu quem descidi se estas portas serão ou não abertas. Eu não tenho esse direito. Talvez quando abertas não tenham mais as mesmas pessoas a esperar, mas tiveram a chance da escolha e da tentativa.
Lembrei-me então de quem havia deixado em casa, dos seus olhos, sorrisos. Algo naquela conversa tinha brotado em meu coração; algo havia mudado. Agradeci àquelas respostas, ao sair daquele bar, o vi do outro lado, não foi tão difícil atravessar aquela rua, tudo depende de quem estar te esperando do outro lado. Peguei minhas chaves e sorri para a velha senhora.

Por Amanda Conrado.

O diário de Maria (II) – Confidências e confissões.

(...)

De repente Maria abriu sua mente e tudo fez sentido, ela entendeu, já havia convivido com o seu José antes (diria seu? Quem sabe... o coração deseja chamá-lo assim, mas ela espera tão somente a vontade do Pai). Tantos lugares, ocasiões... mas Deus não tinha permitido que se abrissem os olhos antes. Tudo no tempo d’Ele.
Depois de um encontro com seus amigos (diga-se de passagem, uma mega e maravilhosa convivência), Maria volta para casa a fim de descansar, mas as lembranças de todos os detalhes a tocava e não faziam sua mente parar. Risos, brigas, comida, conversas, jogos. Por que esquecer tudo o que a fazia tão bem? Por que esquecer José? Era preciso, ela não queria que não passasse de um encantamento, não poderia passar disso, não queria sofrer novamente (é, queridos leitores, nossa Maria sofre constantemente de dores intensas em seu jovem coração). Dormiu. Acorda assustada e feliz, com uma certa ponta de medo em sua alma, foi a primeira vez que havia sonhado com José.

Continua (...)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O diário de Maria (I) - Confidências e confissões.

Sempre escrevi sobre amores impossíveis ou que não por minha culpa, nunca aconteciam... Destino? Talvez. Mas nesses últimos dias o desenrolar de uma certa história me chamou bastante atenção, resolvi então sentar-me e escrever, descidi pois colocar o nome da nossa protagonista de Maria (significado: senhora soberana. Nome que indica serenidade, força vital e vontade de viver), afinal esta tem um jeito calmo e uma alegria no olhar, das quais me lembram a mãe do meu Senhor.
Pois bem iniciemos.
Maria lembrava constantemente do convite feito por seus amigos a respeito de um tal lugar, diziam eles: “vamos encontrar a Deus”, afinal ela era muito religiosa e esse encontro era esperado a muito tempo. E como num passe de mágica tudo estava certo, seu encontro com o Amor estava para acontecer. Mas uma coisa estranha ocorre, “Maria conheça meu amigo José” (José, significado: o que apresenta), e algo nela parou. Sorriu, e prosseguiu. Deus tocava-a em cada gesto, cada olhar, cada oração. E por incrível que pareça ver José e conversar com ele fazia os encontros com o Pai serem mais constantes, pois o modo dele rezar inspirava em seu coração um canto novo de louvores ao Eterno. Como havia dito algo a tocou e aos pés do Deus maravilhoso e compreensivo ela se perguntava “Por quê?” “Pra que?” “O que está acontecendo?” “Isso é obra tua?” “É vontade tua?”. E num grande silêncio, o sorriso do Amor se apresentava e dizia: “Espera”. Ela não teve dúvidas, algo Deus quer fazer na vida de José e Maria, o que? Não sei ainda.

Continua (...)

Por Amanda Conrado.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Carta ao bem querer. Destino: céu.

Oi amor,
Tu me presenteastes, dentre tantas outras coisas, com o dom da escrita e sabes o quanto gosto de fazê-lo... coloco no papel meus pensamentos e sentimentos. Por que não escrever-te? Por que não falar de nosso encontro e de quando nos conhecemos?
Bem sabes minha enorme vontade de terum testemunho um tanto radical, como o de São Paulo ou ainda os dos apóstolos que nada sabiam de ti, mas ao te encontrarem deixaram tudo sem olhar para trás; pois bem não ter exemplos como estes sempre me foi frustante. Queria mais era anunciar ao mundo que o teu amor mudou totalmente a minha vida, mas como? Nosso amor cresce desde a infância, me abençoastes com uma família cristã e fervorosa em tua Igreja. Presenteaste-me ainda com uma índole, amado, de menina serena, por isso nunca bebi, usei droga, pequei contra a castidade, ou ainda contra teus mandamentos. Lembro-me dos momentos em que tu me pedistes provas concretas de meu amor e em troca dei-te as costas, crucifiquei-te. Choro de culpa ainda por ter te ferido meu amor. Choro. Mas tu, que nunca desistiu de mim, colocastes o grupo de jovens aqui da paróquia, minha primeira experiência sólida com teu amor, que aumentava a cada missa ao te ver descer do céu somente para me encontrar (tempos abençoados em que fui da liturgia). Nossos encontros. Tu que tanto beijas minh'alma e me aquece com teu coração a pulsar junto do meu. Uma só carne. Somos um. Mas eu queria mais, queria doar tudo, por que só assim seria totalmente e plenamente feliz. Então apareceram anjos que me levaram a minha casa. Shalom. Lembro-me com nostalgia o tempo do iniciantes, de quando olhei nos teus olhos pela primeira vez; ahhh aquela capela! Teus facinantes olhos me fitando com tão grande amor.
Posso sentir teus braços a me envolver amado. 09, 10 e 11 de junho de 2006 - Seminário de Vida no Espírito Santo. Meu encontro contigo, falaste-me coisas das quais jamais irei esquecer, já me chamavas a algo maior. Vocação. Sempre tivestes pressa comigo. Abba. Poder ver nos irmãos teu sorriso era minha maior alegria. Hoje me chamas a ser Kenosys, esvasiar-se, tarefa difícil amado. Batalhas constantes, sei que vês isto. Meu bem, tantos altos e baixos, eu que por tantas vezes te abandonei (Perdão! Eternamente perdão!).
Agora sei que és meu tudo, o sentido, meu melhor amigo, meu amor. Jamais irei agradecer o bastante por estar sempre comigo, palavras nunca serão suficientes para descrever nosso amor de eternidade. Aos teus pés, diante da tua presença encontrei o meu lugar, como almas esposas que se completam em sua plenitude. Dai-me a graça de jamais voltar atrás, de consumir todo o meu ser por nosso amor.
Sinto uma grande vontade de gritar ao mundo que eu encontrei um amor perfeito, prometo que mesmo na dor estarei ao teu lado, por que só tu és meu consolo e esperança. Prometo amado, jamais, nunca nada e nem ninguém irá romper o que o amor selou.

"Sou do amado meu, e meu amado é meu."

Sua Amanda.